É muito comum entre os empreendedores, visto o boom tecnológico dos últimos dias, imaginar que a distância entre o próprio negócio e o sucesso absoluto de uma daquelas Startups famosas é um aplicativo. Esse pensamento é um pouco ingênuo e, no que diz respeito a entusiasmos com a tecnologia, essa é uma característica bem heterogênea. O que dá certo para um negócio pode não dar certo para outro. Por isso vai aí a notícia ruim: ter um aplicativo, provavelmente não mudará nada.
Existe uma máxima ainda dos meus idos de faculdade, um mantra, um guia, que possui os seguintes dizeres: “Os artefatos tecnológicos não reinventaram as relações humanas, as necessidades continuam as mesmas, e a tecnologia precisa ser vista como uma prótese” – Steve Jonson.
Não sei para vocês, mas essa frase sozinha mudou mais minha percepção sobre o papel da tecnologia no cotidiano de um ser humano médio, que todos os vídeos do TED X juntos.
O passo é que a máxima da explosão dos recursos tecnológicos em meio a uma saturação de artefatos tecnológicos, provoca nas pessoas uma certa “histeria tech” é quando a gente percebe que a sociedade não está mais olhando para onde deveria. Aí, pelo menos do ponto de vista de negócio, é quando esse negócio de tecnologia vira um truque, tipo um truque de mágica mesmo, mas um truque tecnológico.
Tal qual acontece na “mágica”, o truque, a sacada é fazer a pessoa olhar para algo, enquanto a “magica” acontece em outro algo. E é exatamente isso que acontece!
Imagine que enquanto existe um monte de aplicação tecnológica acontecendo, os entusiastas, os empresários e todo mundo que entra agora nessa “corrida do ouro” começa a perceber a necessidade de uma aplicação tecnológica, sem perceber que o trunfo não está necessariamente na tecnologia, mas no desafio que ela soluciona.
Então, é nessa hora que o dono do restaurante resolve ter seu próprio APP de entrega, ou que a loja vai ter seu próprio instagram. Para quem é da área, isso parece meio elementar. Mas o desafio meu caro empresário, e eu espero profundamente que seja você me lendo agora, é que a tecnologia é um meio e não o fim.
O que o seu aplicativo irá resolver que outra ferramenta já não o faça melhor?
“A gente precisa usar os meio sem deixar os meio usar nóis(sic)”. O Emicida já cantava isso, antes de saber como ter um business.
Portanto, o desafio não é necessariamente o “como fazer”, e sim “o que” fazer.
Seu negócio não melhora com um aplicativo, ele melhora quando você acha um jeito de melhorar a vida do cliente, que eventualmente pode ser através de um aplicativo.